Origem à papel dourado
Em Março de 1996, a Nintendo, juntamente com a Squaresoft (antiga Square Enix), criou Super Mario RPG: Legend of Seven Stars (SNES). Nesse game, são apresentados diversos personagens aclamados pela franquia inteira, além de mostrar lugares inéditos, trilha sonora marcante, e uma ótima transição de gameplay, fazendo jogos de plataforma se tornarem um RPG de turno.
Com o enorme sucesso que foi Mario RPG, a Nintendo já estava planejando fazer uma sequência, porém devido a alguns problemas com a Square, acabou que tal sequência caiu no esquecimento... SÓ QUE NÃO!!
Com a chegada do Nintendo 64, a empresa queria fazer um RPG do Mario chamativo e criativo, mas sem remeter ao título anterior. Com isso, em 2001, a Intelligent Systems teve a ideia de lançar ‘Mario Story’! Conhecido no ocidente por Paper Mario pelo simples motivo dos personagens serem sprites achatados lembrando a fisionomia de papel, e o mundo em volta ter essa interação. Exatamente, apesar do mundo em volta remeter a papel, não significa necessariamente que o jogo é assim, tanto que até os próprios personagens não devem se conhecer dessa forma, ou seja, o game apenas foca em ser uma história contada de modo criativo, tanto que está no título, mas por ser genérico demais, eles alteraram.
Com sua história espetacular, personagens secundários carismáticos, gráficos lindos e interativos (claro, afinal, estamos em 2001), trilha sonora marcante, um gameplay e sistema de progressão simples e perfeito pra quem quer começar no mundo dos RPGs... é claro que o game teve notas positivas!
Expansão e grandes mudanças
T-YD é tipo o favorito de praticamente todo mundo, pois ele pega tudo o que o primeiro fez e expande, além de inovar em alguns aspectos, tanto em visual quanto em gameplay. Resumindo, ele melhorou o que já era perfeito.
Super Paper Mario, no entanto, vai além disso, mudando drasticamente a jogabilidade! Agora o game é 2D, dando mais ênfase no gênero de plataforma, mas sem excluir o RPG, formando um misto. A história, ainda sendo bem inocente e cativante, é considerada a mais sombria da sub-saga por conta de referências e locais bem específicos.
Enfim, por ter sido um game bem diferente dos padrões, ele dividiu um pouco dos fãs, mas não foi o suficiente para sujar a marca... até agora.
Com o lançamento do novo console portátil da Nintendo, o 3DS, a Intelligent Systems viu que seria uma ideia boa lançar o próximo game do bigodudo achatado lá. A ideia, em tese, foi boa, mas o resultado não agradou praticamente ninguém, gerando uma das maiores podridões do console.
Sticker Star pega todo o conceito de ‘Mario Story’ e deixa de lado. Além disso, ele exclui praticamente todos os elementos de um RPG. Apesar dos gráficos e da trilha sonora serem cativantes, a história – um dos pontos mais altos de um RPG – é extremamente simplificada, como se fosse só mais um jogo do Mario. A gameplay voltou aos moldes dos clássicos (como havia sido prometido), mas as novidades foram altamente criticadas, dentre elas a exclusão das Badges, dos Parceiros e do XP, novo sistema de stickers em batalha, o game ser dividido em fases ao invés de um mundo explorável, e a interatividade com o que é papel e o que é real(algo que não era o foco inicial da franquia, como foi explicado mais pra cima). Por tirar o XP, as batalhas, que foram muito criticadas, ficaram obsoletas. Além de que o próprio jogo não te motiva a lutar, fazendo tudo ser muito incompleto e desbalanceado.
No fim, aqueles que nunca jogaram Paper Mario, ou só o conhecia, se interessaram pelo jogo e se divertiram. Porém, o restante que jogou não se sentiu satisfeito, fazendo assim com que Sticker Star seja a ovelha negra da saga por ter tirado toda a essência da franquia e fracassado nas novidades.
O atual papel dividido
Apesar de Mario ter um parceiro mais carismático dessa vez, ele tem as diversas novidades trazidas do Sticker Star de volta (as mencionadas no tópico acima). O mundo não é dividido em fases, mas sim em áreas enormes e exploráveis. A grande novidade aqui, como diz o título, é pintar tudo! Seu papel é colorir toda a ilha que está ficando sem cor, ou seja: Sunshine ao contrário. Brincadeiras à parte, o sistema de palheta de cores, apesar de ser interessante, podia ser mais aprofundado e melhor revisado.
Color Splash, assim como Sticker Star, dividiu bastante as opiniões do povo, mas consegue ser bem mais carismático que seu antecessor.
Agora, em 2020, foi lançado Paper Mario: The Origami King para o Nintendo Switch, que prometia bastante para os fãs antigos. No fim, o game dividiu bastante as opiniões, mas surpreendeu a massa. Ele é um jogo com ideias de gameplay novas e com bastante criatividade, algo que levantou o rabo de todos, mas infelizmente, além de algumas novidades poderem ter sido melhor aplicadas, Origami King ainda tem um pouco de Sticker Star e o pior de Color Splash por trás das cortinas.
Mas mesmo com isso tudo, o game foi até bem avaliado. Apesar de ter erros, o enredo é bem dramático, porém ainda tendo um tom bem forte na comédia; a trilha sonora é magnífica (a melhor da saga, na minha opinião) e os mapas e gráficos são bem gratificantes de se observar.
Opinião sobre o que se tornou a sub-saga e o seu futuro
Eu não acho isso uma coisa ruim, particularmente. Eu gosto dos detalhes de papel no cenário, as bordas brancas em volta dos personagens e até as piadas de papel(que aliás, estão bem frequentes nesse blog). Apenas digo isso como exemplo do quanto eles quiseram simplificar as coisas, fazendo com que seja algo bem “spin-off” mesmo. Para mim e para muita gente, Paper Mario vai além disso.
Para finalizar, acredito que a "NEO" Intelligent Systems está tentando criar uma nova cara pra franquia, colocando ela num patamar mais baixo e explorando um novo publico, talvez. Desse modo, apenas digo para aceitarmos que Paper Mario não é mais a mesma coisa, e que só mudará caso os direitos forem comprados por alguma outra empresa interna da Nintendo ou algo parecido.
Revisão: Akemi