Há 12 anos, uma das séries mais icônicas da Eletronic Arts - EA - dava as caras no Nintendo Wii. Seria esse o começo de uma relação de sucesso ou lançamentos "só para constar"? Confira aqui, na história da relação de FIFA com a Nintendo!
2008/11 – Wii na equipe Sub-15 e a estagnação
A partir do FIFA 2008, a EA Sports começou a enxergar o público nintendista como mais casual, seguindo a proposta do Wii. Em vez de um jogo equivalente aos outros consoles, como vinha sendo no GameCube desde 2002, foi optado por um estilo mais Family Friendly, ainda que isso prejudicasse o jogo em geral. Em vez do tradicional menu, com opções claras de Modos de Jogo, o primeiro FIFA para o Wii seguiu uma pegada mais arcade, com o mapa de uma cidade no lugar do menu principal e nomes alternativos para os modos de jogo, o que dificultou um pouco para quem já havia se acostumado com os nomes clássicos.![]() |
Até o Mii do bruxo tinha no jogo! |
Uma curiosidade
da versão de Wii foi a inclusão de modos exclusivos de jogo. ‘Footii Party’
trazia Ronaldinho como Mii e incluía minijogos interessantes, como fazer
embaixadinhas com o Wiimote, ou jogar pebolim. Se podia incluir miis criados
por você e usá-los no modo. ‘Be a Pro’, introduzido naquela edição, também fez
parte do jogo de Wii e DS. Entre 2008 e 2010 houveram poucas mudanças na série
se levado em conta os consoles da Nintendo. O Wii recebeu literalmente um jogo
apenas com atualizações nos clubes. Com o DS não foi diferente.

2011 foi o último ano de FIFA no DS. A despedida foi um tanto interessante. Enquanto o Wii seguia apenas replicando o mesmo jogo de 2008 (agora com o “incrível” modo de jogo indoor), o DS recebeu uma forma adaptada do recém-lançado Ultimate Team. Sem conexão a Internet, e consequentemente sem compra e venda de jogadores pelo mundo, o FUT de DS se assemelhou mais a um modo Manager, só que com os pacotes icônicos do modo de jogo. Uma despedida não muito ruim.
2012/17 – A série de derrotas e o rebaixamento
O ano de 2011 trouxe junto o primeiro título da série para o então novo 3DS, FIFA 12. A primeira vista ele se mostrava portador de um salto gráfico muito superior em relação aos jogos de DS. Mas isso ficou restrito apenas a artes estáticas. O jogo tinha um visual similar a versão para Mobile, com pacing (a velocidade de jogo) muito lento. O Ultimate Team, ao invés de ser online, melhorando a versão anterior para o DS, simplesmente deixava de existir, dando lugar a simples amistosos por conexão sem fio.
O Wii U, lançado em 2012, recebeu o mais próximo de um jogo
similar ao dos outros consoles. FIFA
13. Ele foi o único título da
série no console. Até houve certa especulação quanto ao lançamento de FIFA 14
no Wii U,
mas no fim das contas, por diversos motivos, a EA preferiu apenas lançar mais
uma vez o mesmo jogo somente para o Wii e 3DS.
![]() |
O único FIFA para Nintendo decente em uma década |
Nem a Copa de 2014 no Brasil conseguiu reverter esse cenário. Em um ambiente totalmente diferente do de 2010, apenas PS3 e Xbox 360 receberam o jogo. As demais plataformas até receberam atualizações com a temática da Copa de 2014, como o Mobile. Restou aos fãs da Nintendo se conformarem com o FIFA 14 comum mesmo.
Em 2014, Wii e 3DS receberam os últimos jogos da série para
o console. Enquanto o jogo principal para os demais consoles vinha tendo um
progresso técnico e gráfico contínuo, as versões de Nintendo simplesmente
haviam parado no tempo. O Wii tinha praticamente o mesmo jogo de 2008, e o 3DS,
o mesmo de 2012. O “Legacy Edition” na capa do FIFA 14 e 15 para esses consoles
só serviu para ratificar isso. Nem sequer os comentários de Tiago Leifert e
Caio Ribeiro, introduzidos no FIFA 13 apareceram nos jogos.
No ano seguinte, ao invés de lançar FIFA 16 para o Wii U, foi optado por
simplesmente não lançar novos jogos para os consoles da Nintendo. Essa foi a primeira
vez desde 2001 que um console da empresa de Kyoto não teve nenhuma versão de
FIFA rodando nos seus hardwares. O mesmo ocorreu com FIFA 17, que não apareceu nem em
Wii U, nem em 3DS.
2018/2020 – Subida de divisão, mas como mero figurante
O Switch, lançado em 2017, felizmente ajudou a reverter esse quadro. No final daquele ano, a EA anunciou FIFA 18 para o híbrido, sinalizando a volta da série a Nintendo. No jogo, os menus são os mesmos das outras versões, o Ultimate Team finalmente pode ser jogado online, a jogabilidade é fluida, e as funcionalidades do Switch são muito bem utilizadas, como a possibilidade de jogo multiplayer com os joy-cons separados.
Mesmo que ele não conte com o modo Jornada (o que até é
compreensível se considerar que não faria sentido começar da parte 2), nem
tenha o mesmo motor de jogo que nos outros consoles, se comparado aos jogos da
série para o Wii e 3DS, sem a menor dúvida é possível dizer que foi uma volta
por cima triunfal.
Pela primeira vez, o tradicional jogo da Copa do Mundo é substituído por
uma DLC gratuita. Apesar de muito menor em relação a amplitude dos equivalentes
anteriores, com apenas os países classificados e os já incluídos no jogo base,
a DLC nos gramados da Rússia acaba sendo uma experiência um tanto interessante,
de fato.
Felizmente, a EA anunciou no ano seguinte FIFA 19 também
para o Switch, dando continuidade ao jogo de 2018, assim como nos demais
consoles. O jogo passou a ter muito mais atualizações técnicas, que passam
despercebidas pelo público em geral (daí vem o “FIFA ser a mesma coisa todo
ano”). A principal inclusão na edição foi a licença da Liga dos Campeões da
Europa, que agora passava a ser exclusiva do jogo da EA. Uma novidade muito
legal foi que pela primeira vez iria haver um modo de jogo para a Copa do Mundo
Feminina, que assim como no ano anterior, foi incluída por DLC gratuita. O
Switch obviamente não recebeu a última parte do modo jornada, mas ainda assim
apresentou um jogo mais rico que a versão anterior.
![]() |
O medo de um jogo malfeito... |
E, no final de 2019, a EA confirmou mais um título da série
para o híbrido da Nintendo. Apesar disso, FIFA 20 acabou ficando muito aquém
do que poderia ser. O modo VOLTA, que lembra um tanto o antigo FIFA Street, não
está disponível para o Switch. Não há DLCs extras nem melhorias táticas. Mais
uma vez, um jogo da Nintendo veio como “Legacy Edition”, ou seja, o mesmo jogo
da edição anterior.
As esperanças então se voltavam para o próximo título, em 2021. Infelizmente, na última quinta-feita a própria EA confirmou que mais uma vez o Switch receberia uma versão recauchutada, com a mesma engine, mesmos modos, por um salgado preço.
E é isso. Ao longo dos últimos 14 anos, houveram muitos
altos e baixos na relação de FIFA com a Nintendo. Como será FIFA 22? Será que
ele será lançado para o Switch? Será que a esperança finalmente vai surtir efeito, e o Switch finalmente irá receber um jogo de futebol ao nível de seus concorrentes? Ou quem sabe nada disso, 2021 deva ser o último ano da série no console, passando pela mesma lacuna de 2014 a 2017? Deixe aí nos comentários!