As primeiras impressões de The Last of Us: Parte II (PS4)


A Naughty Dog é uma empresa de franquias previamente consagradas, como é o caso de Uncharted ou Crash Bandicoot, que hoje se encontra nas mãos da Activision. Uma delas é, sem dúvidas, The Last of Us.


E na sétima geração, The Last of Us se destacou - e muito - na criação de narrativa misturada com mecânicas já consolidadas e sólidas da indústria de games, como as partes em stealth ou tiro em terceira pessoa. O jeito como você cria sentimentos com o sofrimento de Joel após tudo que ocorre nos primeiros 30 minutos do game, o jeito que novas pessoas são introduzidas e logo morrem na sua frente, o jeito que você vê Joel tentando ser frio e no final virando uma figura paterna da Ellie...tudo isso torna o game um pouco mais humano, mais o que se espera de um filme, talvez (e não, a comparação com filmes não foi uma forma pejorativa de ilustrar a narrativa do game, apesar de ser uma prática bem comum quando se discute sobre o game).
Arte promocional de The Last of Us: Remastered (2014).


Por todo o desfecho do primeiro game (deveras épico), os fãs da Sony criaram muita expectativa com o anúncio de uma parte 2 daquele clássico na PlayStation Experience 2016, com aquele teaser que trazia a presença de Ellie em um protagonismo e Joel aparecendo apenas no final, gerando algumas teorias. Em meio de tantos vazamentos, crunch, datas alteradas e 3 reajustes de valor da PSN numa curva de R$80,00, o game chegou ao público nesta sexta-feira (19), onde eu já pude jogar por umas horas e ter um parecer sobre o game. E após mais ou menos 7 horas de The Last of Us: Parte 2, vamos às primeiras impressões!


Antes de começar, gostaria de enfatizar algumas coisas:

1 - O game foi jogado de minha parte em um PS4 Slim, não um Pro;
2 - O texto está completamente livre de spoilers, assim como a análise estará assim que o game for zerado;
3 - Alternei entre todas as dificuldades do game, mas em momentos distintos da trama (obviamente não alternei para a dificuldade mais fácil em momentos de muitos inimigos simultâneos, longe de mim!)
4 - Este texto não se trata de uma análise/review, que será feita somente após ocorrer a finalização do game de minha parte.


Dito isso, vamos lá!

Vou começar com a primeira coisa que me surpreendi ao jogar o game (que não tenha sido o barulhento trabalho dos coolers do PS4): os gráficos!

Não que seja a coisa mais realista e cristalina que o PS4 já teve, longe disso...mas que é lindo, como é! As cutscenes mostram uma evolução clara da edição mais polida do primeiro game (a edição remasterizada de PS4), com expressões muito mais reais e expressivas, detalhes muito orgânicos e algo com nítido tempo investido (seja voluntário e espontâneo, ou não).
Joel em The Last of Us: Parte II.


Dos pormenores, um detalhe que merece elogio são as opções de acessibilidade, desde jogadores cegos ou surdos, até pessoas com pequenos problemas de visão! São poucos os jogos que se preocupam com esses detalhes menores, mas que podem fazer a diferença na jogatina de muitos. Além disso, outro detalhe pequeno que merece elogio é a interface do game. Eu nunca vi uma interface dar tantas opções ao jogador em questões insignificantes.

Mas bem, indo para a gameplay, temos muito do feijão com arroz do primeiro, mas ainda continuando nas metáforas com comidas, diria que ele adiciona um alho ou cebola no arroz, dependendo do gosto do freguês. E claro, há o freguês que só queria comer aquele excelente arroz e feijão do jeito que comeu outro dia, sem nenhum tempero adicional. E bem, aqui cruzamos a linha da metáfora e garanto que se você gostou das mecânicas de gameplay do primeiro game, vai gostar das mecânicas do segundo. Todas as mecânicas adicionais era tudo aquilo que muitos jogadores relataram que o original faltava.
Gameplay de The Last of Us: Parte II.



Minha maior crítica tende a ser a ser mais na parte de jogabilidade, sobre algumas mudanças de posição dos botões de ação. Uma facada em um ataque furtivo, que antes era no botão superior (também conhecido como “triângulo”), agora é no botão do canto direito (também conhecido como “quadrado”). De resto, tudo excelente! Sobre bugs: não posso relatar nenhum que tenha de fato afetado a gameplay ou que tenha sido muuuuuuito prejudicial, não, no máximo uns braços atravessando paredes nas telas que morri.

Como citei anteriormente, joguei em todas as dificuldades possíveis. Falando dos modos mais fáceis, é muito mais pra quem quer apenas avançar na história e curtir uma gameplay mais tranquila. Falando do modo normal, eu diria que o game peca numa abundância de suprimentos no que se diz em itens. Nos modos mais difíceis, é o que você espera: caos.
Os modos de dificuldade de The Last of Us: Parte II.


E agora, sem mais delongas, vamos (não literalmente) aos mamilos do game: a história. Nunca foi segredo pra ninguém que é o carro chefe do primeiro game, com sua sequência não seria diferente. Ele começa pouco tempo depois dos acontecimentos do primeiro game, partindo depois para acontecimentos 5 anos posteriores. 

Um Joel ainda mais velho, mais abatido. Já com Ellie, temos o caso de um amadurecimento. A menina inconformada, ressentida, incerta de tudo, insegura, se torna uma jovem mulher decidida, de muita personalidade. As escolhas afetivas de Ellie são apresentadas de forma muito tranquila e natural, principalmente se você já jogou a DLC do original. No game, conhecemos Dina, que também se mostra cheia de personalidade e muito decidida.

Ellie e Dina em The Last of Us: Parte II.


Algumas escolhas de roteiro podem não agradar a todos, mas posso dizer que nas primeiras 2 horas de gameplay, aproximadamente, você tem aquela que deve ser a cena mais impactante de todo o game. Ela mostra como o percurso do jogo todo será sobre vingança, como aquele fato mexe com os personagens da trama. Se The Last of Us original é sobre afetividade, sua sequência é, sem dúvidas, sobre o ódio e vingança.

Por fim, The Last of Us: Parte II soa tão especial como o primeiro, é o tipo de game que a gente vê de 10 em 10 anos, de 15 em 15 anos. Se você for dono de um PS4 ou fã do primeiro, é quase que obrigação dar uma chance!