Top 10: Melhores álbuns de Michael Jackson



O impacto de Michael Jackson na cultura pop ocidental é inquestionável. O astro norte-americano além de se tornar uma lenda (então) viva, se tornou uma das maiores imagens comerciais, cobiçadas por muitas empresas quaisquer associações ao astro, pelo menos até os escândalos de 1993 com o caso Jordan Chandler. Mas o intuito aqui não é comentar da vida pessoal do astro, mas sim de suas obras. Quais são as 10 melhores? É sobre isso que o Pop Gear falará hoje!


Bem, vamos estabelecer alguns critérios prévios antes de começar a lista.

1 - Os álbuns presentes na lista são somente das gravadoras Motown Records, Epic Records e Sony Music Entertainment, junto com seus derivados. Demais álbuns do astro não possuem caráter oficial, portanto não foram apurados com a precisão técnica necessária.

2 - Coletâneas e álbuns póstumos não estarão presentes na lista também. Isso exclui os álbuns The Best of Michael Jackson, One Day in Your Life, Farewell My Summer Love, Anthology, Number Ones, The Ultimate Collection, The Essential Michael Jackson, Visionary: The Video Singles, Thriller 25, King of Pop, Michael, Bad 25, Xscape e Scream.

Coletâneas primordialmente apresentam conteúdo de outros álbuns que já estarão presentes nesta lista, portanto não há motivo algum deles estarem presentes aqui. E álbuns póstumos...eu não acredito que um álbum sem apuração técnica do próprio rei do pop (falecido em 2009). E isso não é sequer uma julgação técnica da minha parte sobre estas obras, até porque há alguns deles que gosto muito mais que os álbuns desta lista. Porém, acharia completamente injusto obras sem nenhuma aprovação técnica do próprio MJ estarem presentes nesta lista. 

Com tudo isto em mente, vamos à lista!

10. Got to Be There (1972)

Capa do álbum, lançado em 1972.

O álbum de 1972 marcou a estreia da carreira solo de Michael, onde apresenta alguns clássicos consolidados desta sua fase, como “I Wanna Be Where You Are”, “Ain’t No Sunshine”, “Rockin’ Robin” e até a música título do álbum “Got to Be There”. Entretanto, o amadurecimento transparece ao decorrer das obras, fazendo de Got to Be There muito mais uma demonstração do que viria do pequeno Michael posteriormente. Mas sim, um excelente álbum!

9. Ben (1972)


Em 1972, Michael Jackson estreou carreira solo com Got to Be There, lá para o final de janeiro daquele ano. Mas por volta do meio do ano, mais especificamente no dia 4 de agosto de 1972, Michael Jackson lançava seu segundo álbum solo, intitulado “Ben”. Ainda no Jackson 5, Ben sintetizava uma transição do romantismo inocente de Got to Be There para algo tão romântico quanto, mas um pouco mais agitado e solto do que o álbum de estreia do então jovem astro. A carisma natural de Michael é encontrada nele, sendo bastante perceptível em, por exemplo, o cover do clássico dos Temptations, “My Girl”.

Mas assim como Got to Be There, não transparece o potencial integral do astro, portanto o 9° lugar seria a posição mais justa.


8. Blood on the Dance Floor: HIStory in the Mix (1997)



Blood on the Dance Floor sucede o icônico HIStory, de 1995, sendo basicamente um álbum de remixes. Apesar do desprezo explícito de Michael por remixagens, o álbum contém 5 faixas completamente novas que são de extrema qualidade, como “Blood on the Dance Floor”, “Superfly Sister”, “Ghosts”, “Morphine” e “Is It Scary?”. Todas as músicas inéditas são incríveis, com 2 delas servindo de material para o longa Ghosts de Michael, que chegou nos cinemas no halloween de 1997, enquanto as outras 3 lidam com tabus da sociedade, como o vício em medicamentos, sexo, ou até mesmo DSTs. É um álbum que de longe não apresenta o ápice artístico do astro, mas é uma obra que merece ser apreciada.


7. Forever, Michael (1975)

'Forever Michael' foi o último álbum solo de Jackson enquanto adolescente, mas já demonstrava sinais da transição musical que ocorreu com o artista.

 
Nele, vemos um estilo bem diferente do vocalista dos Jackson 5, algo em um estilo mais soul, mais R&B. “One Day in Your Life”, por exemplo, sintetiza bastante dessa mudança artística que o astro sofreu na época (para melhor, eu diria). Como todas as obras anteriores à Thriller, é pra lá de subestimado. Por isso, digo com tranquilidade: dê uma chance à Forever, Michael.


6. HIStory: Past, Present and Future - Book I (1995)


Como o próprio nome diz em forma de trocadilho, HIStory é basicamente um desabafo de Michael em forma de álbum. Vindo em 1995, 2 anos após os escândalos de pedofilia envolvendo Jordan Chandler, as canções são claramente uma representação da solidão e melancolia do astro naquele período, como é mostrado em canções como Stranger in Moscow.


Mas além da melancolia, as angústias de MJ também estão presentes no álbum, como é o caso da revolta de Michael com a imprensa em “Tabloid Junkie” (em tradução livre, “lixo de tablóide”), o desprezo pelo promotor Tom Sneddon dos casos de pedofilia envolvendo Jackson em 1993 e 2003 em “D.S.”, suas preocupações ambientais em “Earth Song”, ou até mesmo o julgamento da sociedade com sua busca por viver a infância perdida em “Childhood”, tudo isso é abordado no álbum. E “Tabloid Junkie” ou “Earth Song” permanecem completamente atuais, visto os casos recentes de fake news com a internet ou a eterna luta ambiental já enfatizada por Jackson em “Earth Song” na época.


Apesar de ser o álbum mais sóbrio de MJ, é inegável a maturidade apresentada, tão quanto a genialidade sonora encontrada no disco, com uma diversidade de ritmos passando do toque clássico em “Little Susie” para um pop-rock agressivo no cover de um clássico do álbum Abbey Road dos Beatles, “Come Together”.


5. Dangerous (1991)


Da capa pra lá de psicodélica até um clipe promovendo o antirracismo, Dangerous vem com um Michael Jackson ainda mais maduro que em Bad, que fala mais de questões como racismo, traição ou até a morte. O álbum lida com mais naturalidade sobre todos esses assuntos, mas musicalmente é uma obra mais artificial do astro, o que ainda sim não descaracteriza o artista em nada. Apesar de ser o álbum da era adulta menos incrível no meu conceito, “Black or White”, “Remember the Time”, “Dangerous”, “Jam”, “Who is It” ou até “Why You Wanna Trip on Me” mostram a genialidade de Dangerous como um todo.


4. Invincible (2001)


Na minha opinião, o álbum mais subestimado da história do astro. Invincible é a prova de que Michael conseguiria se modernizar ao novo século, que conseguiria produzir um disco de diversas faces. Invincible vai do pop-rock ao hip-hop e R&B com muita facilidade. Ênfase às canções “Heaven Can Wait” e “Butterflies”, que na minha opinião são algumas das melhores do álbum. Diferente dos outros álbuns citados, por atritos internos entre Michael e a Sony, o álbum não teve a divulgação e promoção que deveria. Clipes contendo o próprio Michael, por exemplo, só se teve um (You Rock My World). Porém, como meu álbum favorito, eu te digo: ouça Invincible!


3. Off the Wall (1979)


Off the Wall. Em um ano de 'Highway to Hell' do AC/DC, é completamente surpreendente que outros álbuns ganharam tamanho destaque, principalmente que um álbum de um artista R&B tenha ganhado tanto destaque. Mas honestamente, acho que aqui, temos o álbum que começou tudo. Se o álbum Thriller foi um divisor de águas na notoriedade e transição artística do astro, Off the Wall foi a obra que reinventou Michael Jackson.

Sendo a primeira colaboração do astro com o produtor Quincy Jones, Off the Wall estabeleceu conceitos na carreira do Rei do Pop que foram usados até sua morte. Poucas coisas capturam a essência da genialidade jovem de um artista como este álbum. Sem contar claro, a variação de gêneros que ele aborda. Do disco de “Get on the Floor” ou “Rock with You” ao romantismo de “It’s the Falling in Love”. Off the Wall é o suprassumo do R&B de Michael Jackson. Ali, sai o jovem vocalista dos Jacksons e entra o maior artista pop de todos os tempos.


2. Thriller (1982)


Esse é o momento que você fecha o blog inconformado que “o melhor álbum do Michael Jackson não está nem no segundo lugar!”, mas calma lá. Thriller de fato é o álbum mais importante da carreira do astro, isso é incontestável, tanto que é não somente o álbum mais vendido do Rei do Pop, como é também o álbum mais vendido da história, com mais de 100 milhões de cópias vendidas.

Todavia, Thriller sintetiza muito mais que uma fase artística do astro, mas sim sintetiza verdadeiramente o início de seu amadurecimento, popularização para outros públicos e uma quebra de diversos paradigmas de uma indústria fonográfica tão racista como era (e continua sendo) na época, sendo o primeiro artista negro que teve um clipe exibido na MTV.

Thriller foi a obra que fez, pela primeira vez, um protagonismo íntegro de um artista negro, sem ser ofuscado ou ter sua obra roubada por um branco. Dali em diante, diversas comparações foram estabelecidas ao astro, até mesmo com Frank Sinatra, talvez a maior figura da música americana até 1982. Thriller foi a transição perfeita do Michael Jackson R&B underground para negros ao Michael Jackson pop star mundial. Por todos esses motivos, é imprescindível que Thriller não estivesse no top 5.

Entretanto, eu não considero que Michael atingiu o seu ápice ali, com suas obras posteriores sendo de muito mais complexidade e maturidade que Thriller. Mas desconsiderar um álbum contendo um dueto com Paul McCartney, um solo de Van Halen, a música por trás do Moonwalk e a produção de Quincy Jones seria um grande ultraje. Dou minha ênfase às canções “Baby Be Mine”, “P.Y.T.” e o clássico dueto com Paul McCartney, “The Girl is Mine”.


1. Bad (1987)



Bad, Bad...a crítica foi bem dura com o álbum na época, o que acho compreensível depois de Thriller. Entretanto, analisando friamente, a última parceria entre o Rei do Pop e Quincy Jones é a síntese da essência de Michael Jackson: surpreendente, ousado, mas completo e bastante acima da média.

De duetos com Stevie Wonder até os batimentos cardíacos do próprio Michael no início de uma canção, a genialidade de Bad é notória. Com quase 33 anos de seu lançamento, a obra envelheceu perfeitamente bem e continua um deslumbre, seja musicalmente ou com a estética de “mau” proposta pelo Rei do Pop.

Ali surgiam as primeiras críticas diretas de Michael à imprensa publicamente com “Leave Me Alone” (em tradução livre, “Deixe-me sozinho”), antecedendo “Tabloid Junkie” de HIStory: Past, Present and Future - Book I, de 1995. Do R&B de “Just Good Friends” ao hard rock de “Dirty Diana”, o álbum executa a diversidade rítmica com muita precisão. Por isso, eu digo com tranquilidade: não só Bad é o melhor álbum de Michael Jackson, mas é também a melhor representação da genialidade de suas obras, da primeira à última faixa.

E esse foi o top 10 dos melhores álbuns de Michael Jackson. Muito do meu gosto pessoal foi investido, mas houve-se uma tentativa do maior profissionalismo possível nesse julgamento.