A Microsoft tem como valores fundamentais: respeito, diversidade e inclusão, que são pilares de nossa cultura. Repudiamos todo e quaisquer atos de discriminação e violência que firam esses princípios.
— XboxBR (@XboxBR) June 4, 2019
Mil Grau e a exacerbação da intolerância
Um ano após essa "carta", ocorreu o escândalo envolvendo o principal portal de fãs da marca por aqui, a pútrida 'Xbox Mil Grau'. Claro, as mensagens de ódio embutidas em seus vídeos e lives já era um comportamento recorrente de anos.
Porém apenas no contexto da trágica morte de George Floyd nos Estados Unidos, a qual foi - de forma ridícula e racista - ironizada pela XMG, que a conta brasileira da Xbox se movimentou para "desautorizar o uso da marca" nos produtos da Mil Grau. Não depois de uma mobilização nunca antes vista na internet, que chegou até a ouvidos internacionais.
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Foi necessária exposição internacional para que a XMG caísse, e com receio da Xbox Brasil |
Agora, com o caso de Isadora, a mancha se expande ainda mais. Se antes podíamos dar a desculpa de que a marca não dava atenção para problemas entre seus fãs, agora isso não pode ser mais dito. O próprio pronunciamento da jornalista, no tweet abaixo apenas explicita esse comportamento:
Não sou mais apresentadora da Xbox Brasil. pic.twitter.com/pytwIRhMIE
— Isadora Basile (@IsadoraBasile) October 16, 2020
Obviamente, a declaração da Microsoft repercutiu de forma extremamente negativa em questão de minutos. Não é necessária descrever as manifestações de apoio a Basille, seja de (verdadeiros) fãs de games, de demais jornalistas da área e de outras mídias de comunicação. Isso deflagra de vez o pensamento. Ser caixista no Brasil virou um passaporte para a intolerância.
Claro, não é necessário ter dois neurônios para se valer da máxima que "não se pode generalizar". Obviamente não se pode. Felizmente existem pessoas boas (ainda que poucas) que gostam da marca. Mas se tivéssemos que dar uma distância para a generalização da marca Xbox como símbolo de ódio, ela seria algo muito próximo.
A "Cracolândia" gamer
Demitir uma vítima de ataques diretos da própria comunidade não é uma forma de "protegê-la", como oficialmente dito. É uma solução barata para acobertar aqueles que se dizem "pessoas de bem". Que não se preocupam em reprimir instintos podres, que usam a rede mundial para expor e atacar o psicológico de muitos "lacradores", como os próprios intitulam aqueles que não compactuam com seus pensamentos - se não retrógrados - preconceituosos.
Manter gente da pior espécie como consumidores e público alvo da marca é uma forma simplesmente imbecil de manter as vendas e nutrir a prática capitalista. O simples fato de alimentar o entretenimento de um povo que muito provavelmente expõe para fora da internet este comportamento já seria motivo suficiente para considerar algo inaceitável. Agora defendê-los é algo a se execrar.
O público intolerante, representado pela (felizmente) falida Xbox Mil Grau não foi extinto, apenas se espalhou. Estamos falando de uma "Cracolândia ideológica". Não é só dar o jeito em um local, eles sempre vão se reunir em outro.
Poderio gráfico, não moral
Assim como seus produtos, aparentam ser o progresso, mas se escondem por tecnologias batidas. Não possuem personalidade exclusiva, se apoiam em terceiros para se manter no topo. E sempre dependem de pilhas de ódio para recarregar sua ética vazia. Perderam o controle e não tem o mínimo interesse em retomá-lo. E assim anda a carruagem. Seria mais conivente criar um novo slogan para a marca por aqui. Uma boa ideia seria essa aqui do título.
O que claramente falta na Microsoft e Xbox do Brasil é pulso firme. Pulso firme para enfrentar essas "viroses" sociais. Pulso firme para reeducar e formar um novo público. E pulso firme para evitar que isso se repita no futuro. Caso contrário, a medida mais conveniente é seguir os passos da Nintendo em 2015 e deixar o país. Quer continuar consumindo Xbox para professar seu ódio? Então vai ser mais difícil.
Só não faz nada quem está acomodado com a situação. E ao que podemos ver, nesse ano pelo menos parecem estar muito acomodados.