A Eterna Rainha - As 10 maiores músicas de Whitney Houston

Ok, vamos começar isso sem rodeios. Muito provavelmente você deve estar no lado que conhece um ou dois hits da Whitney. E se bobear nem sabe o nome deles. Então esse texto é pra você mesmo.

Vem conhecer aqui as maiores músicas da carreira da cantora: desde seu início fantástico nos anos 80, a consolidação da década de 90, e a baixa pesada mista de redenção finalmente nos anos 2000. Espera, você não está nesse grupo? Melhor ainda, vamos ter algumas discussões acaloradas sobre A Voz.

Aliás, antes de propriamente tocar a lista aqui. Você provavelmente vai se dar falta de algo lendo o texto. Sim, eu omiti intencionalmente o sucesso I Will Always Love You. Não seria justo por ele em comparação as demais músicas, tamanha sua influência na carreira da cantora – e da própria indústria fonográfica em si.

É como colocar a Austrália para jogar com as seleções da Oceania no Futeb... Bem, vocês já devem ter entendido meu ponto. Pra quem quiser conferir os clipes aqui citados, eles estão todos no YouTube. Só clicar nos links marcados em azul! Então finalmente, bora lá:

Menção Honrosa – One Moment in Time

Antes de entrar realmente no Top 10, não me perdoaria se One Moment in Time não entrasse ao menos como menção honrosa. E cá está ela. Facilmente se tornaria música tema padrão das Olimpíadas. Ou melhor, porque não comemorar como o hino não-oficial dos Jogos?

A canção foi originalmente gravada por Whitney para o álbum dos Jogos de Seul 1988, a última edição a contar com a “guerra esportiva” de EUA e URSS. Aliás, está aqui outro feito impressionante da cantora. Geralmente, os materiais de promoção de Olimpíada e Copa subitamente “morrem” após o evento em si: vide álbuns, pôsteres e todo o buzz midiático gerado. Mas com One Moment in Time a história foi outra. À época da estreia, a canção chegou na posição 57 da Billboard Hot 100 (Para quem não sabe, essa é a principal "parada de sucessos" dos EUA. Vamos vê-la algumas - muitas - vezes mais).

Mas foi só em novembro - meses após a própria Olimpíada em si – que ela alcançou o posto de número 5 na mesma lista. O impacto foi tamanho que na edição seguinte (Barcelona ’92, aquela do Dream Team estadunidense), Whitney foi convidada para performar na abertura dos Jogos. O feito se repetiu 14 anos depois, quando ela cantou também na abertura dos Jogos de Inverno de Turim em 2006. Você pode acompanhar essa aparição aqui.

10 – I Look to You

I Look to You foi a música que deu nome ao sétimo e último álbum da cantora, lançado em 2009. Nas três décadas da carreira de Whitney, podemos dizer que essa pertenceu a sua fase de redenção final. Não tínhamos mais a jovem cantora cheia de vida, e sim uma Houston já muito experiente. Seu semblante não era mais o de outrora – o consumo de drogas e a relação abusiva com seu ex-marido já tinham a prejudicado muito. Mas mesmo assim ela manteve a classe até o final. Mesmo que isso tivesse vindo a custar sua vida três anos depois.

A canção representava o retorno da cantora à música, a qual ela estava ausente desde 2002, quando lançou Just Whitney..., seu sexto álbum. Em entrevista, Houston declarou que I Look To You representaria seu estado emocional, após todos os acontecimentos que ocorreram entre 2002 e 2009. Em suas próprias palavras:

"Isso torna tudo real. As mudanças pelas quais passamos, as transições pelas quais passamos, as provas que a gente passa, ser mãe, ser mãe solteira... Tudo teve seus altos e baixos, mas na maior parte mantive minha fé e minha cabeça erguida. Demorei. Todos os triunfos, os altos e baixos e outras coisas - está tudo incorporado no álbum - e espero que não apenas me inspire, mas inspire várias outras pessoas."

9 – I Have Nothing

I Have Nothing é uma das canções mais prestigiadas, tanto quanto esquecidas. Pertenceu a trilha sonora de seu filme – O Guarda Costas – lançado em 1992, que no ano seguinte se tornou um álbum. Podemos cravar esse álbum como a certeza da era da consolidação dela, onde já podíamos ver uma Whitney madura, diferente da “menina” de How Will I Know.

Como de praxe, a música manteve a tradição de se manter no topo das paradas. A canção selou a recorrência no topo das paradas, levando a cantora a conseguir a certificação da Recording Industry Association of America.

A crítica também recebeu positivamente a canção, onde junto de I Run To You foi classificada como “Baladas genéricas as quais Houston aplica sua estonteante interpretação”. Ao mesmo passo, foi dito que Whitney conseguira “uma das modulações mais impressionantes da História da Música”. Completamente preciso.

8 – I’m Every Woman

Também oriundo do álbum de O Guarda-Costas, temos aqui a definitiva sombra de I Will Always Love You. Aliás, um fato trivial e ao mesmo tempo curioso. A música não fora interpretada pela primeira vez por Whitney. A intérprete original da canção era Chaka Khan, que gravou como single de estreia da sua carreira em 1978, quase 15 anos antes da gravação de Houston, realizada apenas em 1992

I’m Every Woman foi gravado pela cantora quando I Will Always Love You estava em fase apoteótica, na primeira posição da Hot 100 (onde ainda permaneceria por oito semanas mais). Isso fez a canção chegar ao topo apenas nove semanas após o seu lançamento. Sim, um hit de Whitney deu lugar a outro hit cantado por Whitney. E mesmo após cair do "trono", ainda se manteve por mais impressionantes dezenove semanas no Top 40.

7 – Didn’t We Almost Have It All

Após os excitantes resultados de How Will I Know e I Wanna Dance with Somebody, Houston já planejava um novo single. E foi nesse cenário que nasceu Didn’t We Almost Have It All. A canção faria parte do seu segundo álbum. Porém por pouco a música nunca subiu à superfície. A segunda música do álbum, que seguiria a I Wanna Dance with Somebody, seria For the Love of You, canção do The Isley Brothers, gravada originalmente em 1975.

Porém em cima da hora, a lendária Arista Records, que cobriu grande parte da carreira da própria Whitney decidiu mudar de ideia. Segundo eles, naquela altura de sua ainda jovem carreira, a cantora deveria lançar material novo, e não simples regravações. O single seguiu a sequência das canções anteriores, trucidando a Hot 100, na qual se mantece no topo por duas semanas. Além disso, a canção rendeu a Houston uma indicação ao Grammy de Melhor Música em 1987. 

 6 – Million Dollar Bill

A canção de I Look to You foi tecnicamente o ultimo single da vida de Whitney. É interessante notar que a autoria da letra teve a participação de uma ainda jovem Alicia Keys, que mais tarde viria a despontar como estrela da música soul estadunidense. Após uma série em baixa nos anos 2000, tendo como fundo do poço o escândalo do envolvimento com consumo de drogas, Million Dollar Bill seria a canção que a recolocaria na indústria fonográfica.

Infelizmente o sucesso esperado não veio. Na semana de estreia - em setembro de 2009 - a música estreou na última colocação da Hot 100 nos EUA, não durando nem sequer uma semana na lista. Na Europa, seu desempenho foi relativamente melhor. Com sua aparição em The X Factor, famoso reality britânico (aquele que revelou Susan Boyle, sabe?), Whitney conseguiu emplacar o 5º lugar na UK Singles Chart, feito que não ocorria desde “My Love Is Your Love” em 1998.

Mesmo assim, não houveram novos lançamentos da cantora desde então. Os três anos parada influenciaram muito em sua vida, tendo como sua última aparição um feat. para o musical Sparkle, dias antes da sua morte.

 

5 – How Will I Know

Aqui vemos uma Whitney completamente diferente da encontrada em Million Dollar Bill. Lançado em 1985 para o primeiro álbum da cantora, How Will I Know foi o que confirmou o nome de Houston na história da música – e a projetou internacionalmente - muito antes de I Will Always Love You.

O single foi o segundo da cantora a se manter por mais de duas semanas na Billboard Hot 100. Foi a primeira a chegar ao topo das paradas no Canadá. Em vários países, a canção da então jovem de Nova Jersey chegou facilmente ao Top 20 das mais tocadas.

How Will I Know também foi o que projetou a cantora para o público de sua geração, dando início a “Era da MTV”, onde ela deu as caras pela primeira vez. Era uma música alegre, colorida... Tudo que os jovens da época (nossos queridos boomers) gostavam. Tamanha foi a aceitação da música pelo público, que ela chegou a alcançar duas nomeações no MTV Music Awards de 1986: uma para Artista Revelação, e outra para Melhor Clipe por uma Cantora, o qual levou pra casa.

 

4 – So Emotional

Pessoalmente, eu seria capaz de colocar So Emotional em primeiro lugar. Junto com Queen of The Night (que vamos ver a seguir), são minhas canções favoritas de Whitney. Mas é em So Emotional que ela atinge o ápice da perfeição. Melhor visual, melhor letra, melhor melodia... A lista por aí vai.

Mas sejamos profissionais aqui. Desde a sua fase embrionária, a canção já havia sido criada com a famosa “fórmula do sucesso”: uma cantora famosa e um escritor renomado. Na verdade eram dois. Billy Steinberg e Tom Kelly ajudaram Madonna a realizar Like a Virgin, e Cyndi Lauper com a fantástica True Colors.

So Emotional era questão de tempo para se tornar um sucesso. E se tornou. Em janeiro de 1988, Whitney conseguiu emplacar uma canção na Billboard Hot 100 (repetida a exaustão já, não?) pela quinta vez. Quer mais? Essa era a quinta vez consecutiva. Quer mais ainda? Esse foi seu sexto hit a atingir o topo das paradas. Com isso, ela conseguiu se equiparar com “ninguém menos” que os Beatles e o Bee Gees. Whitney acabava de fazer História na indústria fonográfica.

3 – Greatest Love of All

Aqui temos outra música que apesar de já conhecida, foi rejuvenescida pela voz de Whitney. Greatest Love of All foi originalmente gravada por George Benson em 1977. Naquele ano, a canção atingiu o Top 2 na Hot Soul Singles Chart. O single havia sido originalmente criado para a “filmografia” de Muhammad Ali, que tocou logo no comecinho do filme.

Mas foi com Houston que a música teve o maior destaque de todos. Regravada oito anos depois - em 1985 - para o seu primeiro álbum. Totalmente repaginada, Greatest Love of All conseguiu alcançar o topo das paradas de R&B nos EUA, Austrália e Canadá ainda no comecinho de 1986. Na contagem pessoal de Whitney, a canção aqui também é o seu terceiro maior hit nos EUA, atrás de I Wanna Dance With Somebody e I Will Always Love You.

2 – Queen of the Night

Hoje sabemos que Michael é o rei do pop. E que Whitney é a rainha. E isso se confirmou com Queen of the Night, de 1992. O clipe contava com uma Houston “futurista”, por assim diz. O mesmo clipe também fez parte do filme de O Guarda Costas. Consequentemente ela fez parte de seu álbum, junto com vários outros hits lançados nele.

Apesar da relativamente boa recepção do público (onde alcançou nas baladas o primeiro posto), essa canção é literalmente uma das mais, se não a mais injustiçada de toda a carreira da cantora. Para começar que por não ter sido lançada comercialmente, ela não foi apta a entrar na Hot 100. Além disso, ela recebeu diversas avaliações negativas da crítica especializada, onde foi considerada uma “tentativa fútil de Whitney compor um hard-rock”. Também foi classificada como uma “melodia comum, abaixo da média”.

Em contrapartida, uma crítica positiva avaliou Queen of the Night como a "canção que capturou a essência de Whitney em seu melhor". Os riffs de guitarra presentes na música ganharam uma nova interpretação pela voz de Houston. Ao invés de simplesmente ser um rock genérico, ela adicionou mais brilhantismo a música. É uma canção na qual Whitney foi essencial. É uma espécie de “rock brilhante”, diga-se de passagem. Possui o ritmo frenético e com tempo (velocidade) mais alto, como a maioria das canções do gênero; porém fica muito mais alegre com a célebre voz da cantora. Merecia muito mais. E é por isso que ela figura no segundo lugar dessa lista.

1 – I Wanna Dance With Somebody

Se How Will I Know foi o que lançou sua carreira, I Wanna Dance With Somebody foi o que confirmou que Whitney não era apenas a cantora “One Hit Wonder” (para quem não sabe, o termo geralmente é associado aos cantores que lançam um sucesso estrondoso e logo após somem do conhecimento geral. PSY e Luís Fonsi, citando exemplos aqui).

A música principal do seu segundo álbum, lançado em 1987 é sem dúvida, esse foi o hit mais importante de Houston em sua carreira. Entrelinhas, me reservo aqui ao direito de considerá-la maior até que a famigerada I Always Will Love You, que vocês bem conhecem. À época, a crítica especializada entregou uma opinião duvidosa. Consideraram o desempenho vocal da cantora exímio, porém severamente prejudicado pela produção sonora, chegando a comparar com Girls Just Wanna Have Fun, de Cyndi Lauper. Parêntese pessoal aqui. Se a canção de Whitney foi comparada ao hit de Cyndi, então eu tendo a compreender isso como uma indireta positiva (E bota positiva nisso!).

A canção foi responsável por levar a Houston ao prêmio máximo da música. Sim, estamos falando do Grammy. Mais precisamente na categoria de Melhor Performance Vocal por uma Cantora. Internacionalmente o sucesso não foi muito diferente. I Wanna Dance With Somebody galgou o primeiro posto nas paradas de vários países na Europa. Não suficiente, ela se manteve no topo durante semanas por lá. O mais impressionante desempenho foi na Noruega - de um a-ha ainda em alta - onde se manteve por praticamente dois meses!

E mesmo anos após seu lançamento, o single ainda ecoou. A canção vendeu 4 milhões e 200 mil unidades mundialmente – um número expressivo. Mesmo após a sua morte, a canção emplacou. Assim como I Will Always Love You, I Wanna Dance With Somebody alcançou o lendário Top 100 da Billboard uma última vez, na posição 35. Isso garantiu a ela dois prêmios póstumos de hits Top 40; uma raridade na indústria. Definitivamente, essa é a canção mais importante da carreira de Whitney, que ainda deve (e merece) ecoar por muitos outros anos mais. 

Don't you wanna dance? Say you wanna dance!

 

Uma História Eterna

Mesmo após a sua trágica morte, em fevereiro de 2012 (8 anos já? Caramba), ela continuou ecoando para o futuro. Cissy Houston - sua mãe - ainda está viva, e propagando a memória de sua filha. Dois filmes sobre a cantora foram lançados depois disso, um em 2017 e outro no ano seguinte. Além das premiações póstumas já citadas acima, Whitney continua sendo reverenciada, ainda que no seu mais recente tour holográfico (assim como Michael, huh?).

Ela é considerada como a mais premiada cantora de todos os tempos, de acordo com o Guiness. Levou dois Emmy, seis Grammy, 30 prêmios da Billboard, 22 American Music Awards, e cerca de 415 prêmios menores agregados. Isso até 2010.

Bem... Acho que me estendi demais aqui, vocês devem ter entendido tudo já. Essa aqui foi a lista, hehe. Se você ainda não conhecia esses hits que embalaram uma geração, não perde mais um segundo e descobre toda a carreira fantástica de Houston, os links tão pela matéria! E se você já conhecia tudo aqui, o que você achou dessa lista? Tá tudo na ordem? Ou não? Me conta lá no Twitter!

Até!

Revisão: da autora